ENCONTROS, DESENCONTROS, REFLEXÕES....

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"And they actually believed it all!"

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Cerco à Soberania Brasileira. (Por Válber Almeida)

Qualquer pessoa que queira entender minimamente sobre o funcionamento do poder numa sociedade precisa considerar os seguintes postulados: 1. O poder não se orienta por interesses morais, religiosos ou emocionais; 2. Os interesses elementares que estão na base das ações dos poderosos são econômicos, políticos e estratégicos; 3. E, o poder é exercido por grupos organizados. Portanto, não nos enganemos com o discurso moralista que promotores, delegados da PF e o juiz Sérgio Moro utiliza para tentar legitimar a Operação Lava-Jato. Isso serve para saciar a fome de catarse das massas, isto é, de purificação por atos "impuros" e sofrimentos através do auto-sacrifício ou do sacrifício dos outros. Mas este discurso não expõe as entranhas do poder, os interesses concretos por trás do grupo de poder que a comanda. Em termos concretos, os principais interesses que comandam a Lava-Jato são: 1. Em termos políticos: o interesse do PSDB e a direita mais conservadora do Brasil, remanescentes do escravismo, de voltar ao comando do executivo nacional. 2. Em termos econômicos: os interesses das grandes empresas petrolíferas norte-americanas e europeias de se apropriar do Pré-Sal, assim como das corporações de construção civil europeias e norte-americanas de se apropriar do gigantesco mercado de construção civil do Brasil. 3. Em termos geopolíticos: o interesse norte-americano de inviabilizar o avanço no desenvolvimento de tecnologia nacional de ponta em diversos setores, como o de tecnologia de defesa, de química (petroquímica), cibernética e do Programam Nuclear brasileiro, em franca expansão. 4. Ainda na dimensão geopolítica, há a necessidade de fragilizar econômica e politicamente o Brasil para fragilizar os BRICS, único bloco geopolítico que surgiu nos anos 2000 com a proposta de contestar a ordem mundial monopolar norte-americana. 5. A fragilização do governo de centro-esquerda do Brasil também é parte de uma estratégia geopolítica para retirar do poder um grupo de viés nacionalista e que, em várias frentes, nacionais e internacionais, posicionou-se contra a hegemonia dos interesses imperialistas norte-americanos. 6. A prisão do Almirante Othon faz parte da estratégia de inviabilizar o avanço na tecnologia de defesa através do ataque ao programa nuclear brasileiro, aí incluído o domínio de toda cadeia de enriquecimento de urânio e a tecnologia do submarino nuclear. O grupo de poder que comanda a tal Operação e as táticas utilizadas por este grupo não deixam margem para dúvidas sobre o que estou falando. Sobre isso, considere-se: 1. Este grupo de poder, representado pelo PSDB, grandes empresas de mídia (Veja, Globo, Folha, Estadão) e partidos de oposição, como o DEM, é, historicamente, herdeiro da política colonial cujas linhas gerais são: a) Alinhamento político, estratégico e econômico incondicional aos interesses norte-americanos e europeus; b) Entrega substancial das riquezas nacionais mais importantes e estratégicas aos países imperialistas do norte do globo. 2. A operação não atingiu nenhum membro do PSDB e outros partidos de oposição, como DEM e PPS, mesmo com material indicando a participação de membros destes partidos (José Serra, FHC, Aécio Neves, Geraldo Alckmin etc.- em esquemas de corrupção na Petrobras. 3. A operação não foi a fundo nas investigações, buscando elucidar as raízes recentes dos esquemas de corrupção montados na estatal, que remontam aos governos FHC/PSDB, inclusive anteriores, na época da Ditadura Militar, onde as empresas investigadas começaram a crescer e aumentar seus patrimônios, às espensas do poder público. 4. Os Estados Unidos e países europeus têm se manifestado por meio da sua justiça oferecendo todo apoio à elucidação destes esquemas de corrupção na Petrobras, mesmo que, internamente, nestes países os esquemas de corrupção sejam bem maiores. 5. A proposta de Lei do senador tucano José Serra no Senado que retira o monopólio estratégico da Petrobras sobre o Pré-Sal, o que significa dividir ou, mesmo, entregar o controle estratégico desta imensa riqueza com/aos conglomerados norte-americanos e europeus. Não há muita margem para dúvidas: a Operação Lava-Jato é um tiro mortal sobre a soberania nacional porque afeta, fundamentalmente, o s interesses nacionais mais estratégicos tanto em termos econômicos quanto políticos e geopolíticos. Por Válber Almeida - Belém -PA