ENCONTROS, DESENCONTROS, REFLEXÕES....

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"And they actually believed it all!"

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Desçam já daí...

Desçam já daí... Lembrei das palavras de minha mãe ordenando pra sairmos, eu e meu irmão, das árvores e muros e afins, na minha época de infância. Bons Tempos, quando levávamos uns bons puxões de orelha e uns safanões pelos malfeitos praticados. Hoje em dia, nesses tempos do “politicamente correto”, temos mais cautela pra não sermos enquadrados no ECA's e outros estatutos afins. O Estado invocou pra si um maior poder tutelar sobre seus cidadãos, a educação primária perdeu espaço, delegado em muitos momentos à educação formal. Quem sofre com tudo isso? Na minha opinião alguns atores envolvidos nessa espinhosa arte de educar, os quais ficaram sobrecarregados com tanta responsabilidade, exacerbados de tarefas que antes eram de responsabilidade dos pais, e hoje implicitamente foi atribuída aos professores, que notadamente não estão dando conta. Não por falta de capacidade, mas por falta de competência. Sim, competência. Há mim, não me parece que compete aos professores estabelecerem determinados limites, antes atribuídos às funções paterna e materna. Essa semana mesmo, em Manaus, fomos surpreendidos pela atitude grotesca de uma professora, que num ato desesperado, amarrou alguns alunos com fita adesiva, os quais facilmente conseguiram se desvencilhar, com o auxílio dos outros colegas. A imprensa, “paladina da Justiça”, rapidamente se apressou em acusar, julgar e condenar a discente. Sem ao menos lhe garantir o contraditório, ou mesmo saber o que a motivou a cometer tal atitude extremada. Claro, nada justifica seu ato, que com certeza infringiu algumas normas e preceitos legais, mesmo que tenhamos conhecimento de diversas manifestações de agressividade cometidas por alunos contra professores em todo o país e no exterior, e entre eles os próprios. Sejam elas de ordem física ou psicológica. Assistindo ao vídeo dos depoimentos do caso em lide, percebi que ao relatar os fatos, alguns alunos o faziam com um leve sorriso sarcástico no rosto, como que tivessem saído de uma brincadeira de polícia e ladrão. Ao lado de pais indignados, exigindo punição exemplar para a professora. Esses mesmos pais que às vezes nem acompanham a vida escolar do filho, seu desenvolvimento, suas notas e suas tarefas, ou mesmo vão às reuniões de pais e mestres. Olha, aqui paro para uma breve reflexão, independente da punição que receberá a professora de Manaus, será que em vez de pais preocuparem-se com “...- que seja feita Justiça...”, conforme falado na reportagem por um dos entrevistados, perguntarmo-nos o que está verdadeiramente necessitando de nossa atenção maior com essas crianças e jovens. Quais suas atitudes de indisciplina, que levaram a esse desfecho inconcebível. Falo isso sob pena de estarmos sendo coniventes com uma educação capenga de uma horda sem limites básicos civilizatórios, e mais tarde vivermos uma sociedade formada por adultos contraventores, antiéticos e perversos, capazes de tudo para conseguir seus intentos, dando o famigerado “jeitinho brasileiro” e ainda responsabilizando o sistema, achando-se vítimas do mesmo, se é que já não estamos presenciando isso no Brasil e no mundo... Será que essa não seria a verdadeira Justiça pleiteada na fala do pai do aluno na reportagem? Quem ama cuida... Refletimos.

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