ENCONTROS, DESENCONTROS, REFLEXÕES....

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"And they actually believed it all!"

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

“Garoto Princesa”



Hoje, pela manhã, li uma matéria no "Dailymail" sobre uma situação sui generis, na melhor acepção do termo.
Sui generis, como sabemos, é uma expressão latina e quer dizer "de seu próprio gênero", ou seja, significa que algo (fato, situação, caso) é único no gênero, é original, peculiar, singular, excepcional, sem semelhança com outro.
Dyson Kilodavis, um menino de cinco anos, que mora em Seattle, insiste em usar vestidos, normalmente convencionadas a serem usadas por meninas, e usualmente, como afirma em entrevista, adora as cores rosa e vermelho, e que é uma princesa em um castelo.
A princípio, longe de ser um transtorno de identidade de gênero, pelo menos, grosso modo, não se percebe ou não foi falado, sobre nenhum tipo desconforto por parte da criança em relação à sua anatomia, e sim mais relacionado à questão do “vestir-se como”. O que, ao contrário, poderia se inferir a respeito da existência de um eventual transtorno de ordem psicológica/médica, que se manifesta na condição em que a pessoa é de um determinado gênero biológico (homem e mulher), mas se identifica com os indivíduos pertencente ao gênero oposto, acompanhado de um angustiante sentimento de inadequação. Pelo menos no momento, não parece ser o caso de Dyson, que atualmente conta com o apoio irrestrito dos pais.
Naturalmente, seus pais, Cheryl e Dean Kolodavis, afirmam que a princípio ficaram preocupados, temendo que isso pudesse fazer dele um alvo fácil para os valentões e preconceituosos.
Pelo menos para mim é algo da ordem do inusitado. Mas não apenas pelo fato criança vestir-se com roupas femininas, e sim pela atitude dos pais frente ao seu comportamento. Principalmente na sociedade norte americana que, como diria o compositor Caetano Veloso: “Para os americanos, branco é branco, preto é preto, e a mulata não é a tal); Bicha é bicha, macho é macho Mulher é mulher e dinheiro é dinheiro ...”( poema “Americanos” – 1992).

Cheryl, a mãe, após várias tentativas frustradas de mudar o comportamento do garoto, decidiu que não era o seu filho quem deveria se transformar, mas quem o criticava, e acaba de publicar um livro ilustrado intitulado “Meu garoto princesa”, sobre sua história e sobro como não há nada errado com a maneira como ele se veste.

Definitivamente percebo ser este ainda um assunto Tabu.

Em nossa sociedade movida pelo espetáculo, finalizo com a conclusão do poema de Caetano sobre os americanos:

“... São velhos homens humanos,
Chegando, passando, atravessando.
São tipicamente americanos.
Americanos sentem que algo se perdeu
Algo se quebrou, está se quebrando.”







“Estou tão orgulhosa do meu ‘Garoto Princesa".(Cheryl Kolodavis)

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