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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Com atendimento humanizado, médica cubana prioriza educação em Embu das Artes - SP

São Paulo – “Meu nome é Maricel Mejias, sou cubana e serei sua nova médica de família. Para mim será uma alegria e um grande prazer acompanhar a sua gestação até o parto.” Foi assim que a médica, recém-levada pelo programa Mais Médicos ao município de Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo, começou seu dia de trabalho na última sexta-feira (6). Era o primeiro pré-natal de uma jovem de 17 anos que preferiu não se identificar. A consulta, acompanhada pela reportagem da RBA, durou quase uma hora e foi permeada por muitas perguntas, das mais comuns às mais inusitadas: “Sua mãe é fumante?”; “Costuma comer a comida muito quente?”; “Quantas refeições faz por dia?”. Todas as respostas eram anotadas com muita atenção em um extenso prontuário. Para terminar, a médica concluiu, com as mãos sobre os ombros da gestante: “Eu estou aqui para garantir sua saúde e esclarecer todas as suas dúvidas. Você pode vir sempre que quiser. Estou aqui todos os dias, das 8h às 17h. Você é muito bem-vinda”. Médica há 27 anos, Maricel faz parte de uma equipe de seis profissionais cubanas que chegaram a Embu das Artes em 1º de novembro. Ela foi direcionada para a Unidade Básica de Saúde do Jardim Valo Verde, um bairro pobre do município, caracterizado por problemas sociais e sanitários. “Esporte e cultura também são saúde e eu não vi nenhum parque nessa região. Eu peço para as pessoas fazerem exercícios, mas onde?”, questionou. Ainda nos primeiros 15 dias de atendimento, ela já fala português de forma bastante clara. Por via das dúvidas, é acompanhada de uma enfermeira, atenta para qualquer adaptação de linguagem necessária. “Quando o senhor não compreender algo, por favor, pergunte. Eu preciso que você volte para a casa com todas as dúvidas esclarecidas, para que possamos fazer um bom trabalho”, explicou Maricel ao segundo paciente, um senhor de 62 anos que sofre de hipertensão. Foram mais 40 minutos de consulta, que começou por um exame detalhado dos pés do paciente. “O senhor pode tomar todos os remédios, mas se não fizer a dieta não vai adiantar. A hipertensão é uma das piores doenças crônicas. Ela prejudica seu coração, seu cérebro, suas artérias, seus rins”, dizia em um tom quase que de convencimento. “Podemos tentar incorporar uma atividade física leve no seu dia? Vamos combinar 15 minutos de caminhada dentro de casa, antes do banho? Isso vai estimular seu organismo.” O último atendimento no consultório foi de um bebê de cinco meses. Mais uma hora: “Ela busca o som da sua voz?”; “Reconhece o pai?”; “Faz sons com a boca?”; “Rola no berço?”. Tudo devidamente anotado. “Veja, mãe, ela já consegue passar essa caneta de uma mão para a outra! Está muito adiantada”, comemorou a cubana.
( Artigo publicado pelo Site REDE BRASIL ATUAL - (http://www.redebrasilatual.com.br/saude/2013/12/com-atendimento-humanizado-medica-cubana-em-embu-das-artes-prioriza-educacao-5043.html)

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